Na falta eventual da empregada eu até me divirto lavando roupa. Da casa ao lado ouço uma música que aprendi quando criança, e boto a boca no mundo: - Eu nunca mais vou te esqueceeeer, meeeu aaamooor!
Quando Luca e Luan chegam da escola eu tô cantando na cozinha, a comida quase pronta, mas não faço sucesso com Luan.
- Páia de cantá, vó!
Eu continuo, ele se altera:
- Eu já falei pá você paiá de cantá, vó!
Eu argumento, conciliadora:
- Porque, amor, você não gosta da música?
- É pá paiá de cantá, vó! - ele grita.
Eu não deixo por menos e respondo com firmeza:
- Não vou parar não. Eu estou gostando de cantar. Quando você canta eu acho lindo e não mando você parar, não é?
Ele fica nervoso:
- Mas, mas, ...eu já falei pá você paiá,
entendeu?
- Mas você não manda em mim, Luan! Na verdade, você precisa entender que sou eu que mando nessa casa e nessa família!
- Mas, mas, mas..., mas..., mas..., mas..., mas..., mas..., você não é a
prefeitura não!
Deixei pra lá..., essa conversa deu o que tinha que dar. O cargo de prefeita não eleita me cai muito bem e eu vou continuar
tentando mandar nessa casa e nessa família.